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Arquitetura Brasileira: Viver na Floresta

Exposição reúne projetos que priorizam relação com o meio ambiente

A admiração por Lucio Costa foi o que motivou o arquiteto Abílio Guerra a organizar a mostra “Arquitetura Brasileira: Viver na Floresta”, até o dia 01 de agosto,no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo.

Projeções, animações, fotos, maquetes, desenhos originais, reproduções, cortes e plantas de 84 projetos trazem um panorama do mais rico período da arquitetura moderna no Brasil (1930-1980), assunto no qual o curador Abílio Guerra se especializou.

A exposição conta com nomes como Lucio Costa, Oscar Niemeyer, Lina Bo Bardi e João Filgueiras Lima, o Lelé, entre outros. “São profissionais que souberam aproveitar o melhor da cultura e da natureza brasileiras, sem abrir mão da influência europeia, como propunha Oswald de Andrade, um dos maiores nomes da cultura brasileira, em seu Manifesto Antropofágico, escrito em 1928”, explica Guerra.

A principal influência europeia na arquitetura moderna brasileira se deve ao trabalho do arquiteto e urbanista francês Le Corbusier, que defendia, entre outras coisas, a existência de construções suspensas por pilotis e terraços-jardim sobre o concreto armado. 

Sustentabilidade sempre esteve presente

Guerra conta que é comum ver arquitetos estrangeiros deslumbrados com a capacidade que o brasileiro tem de aproveitar o meio ambiente em que constrói. A Casa de Vidro, criada pela Lina Bo Bardi, em 1951, é um exemplo clássico. A primeira residência a ser erguida no Morumbi, bairro nobre e bastante arborizado, em São Paulo, tem quartos e dependências de serviço assentados no solo. Mas o destaque é a sala envidraçada, sustentada por pilares metálicos, que gera um forte contraste com a mata fechada do local.

Outro exemplo é o projeto para a cidade de Monlevade (MG), que Lucio Costa desenvolveu para um concurso promovido pela empresa Belgo Mineira. O Cassino da Pampulha, desenhado por Niemeyer em 1942, também foi selecionado pelo curador, devido à relação entre os objetos arquitetônicos e o paisagismo de Roberto Burle Marx diante da onipresença das margens da lagoa da Pampulha.

O trabalho de Burle Marx também aparece no desenho original do Aterro do Flamengo, parque com mais de um milhão de metros quadrados onde o profissional deixou sua marca prevendo o plantio de mais de 11 mil árvores.

A exposição “Arquitetura Brasileira: Viver na Floresta” traz ainda projetos recentes como o de Francisco Fanucci e Marcelo Ferraz, do escritório Brasil Arquitetura, para o Museu de Igatu, em Andaraí (BA). Finalizado em 2008, prevê uma extensa ponte de concreto, suspensa sobre um terreno árido e pedregoso. Uma pequena laje na parte superior protegerá o visitante do sol e da chuva e possibilitará uma bela vista do Vale do Paraguassu.

Serviço
“Arquitetura Brasileira: Viver na Floresta”

Visitação: até1/8
Local: Instituto Tomie Ohtake
Endereço: Av. Faria Lima, 201 (entrada pela Rua Coropés), Pinheiros – São Paulo (SP)
Horário: de terça a domingo, das 11h às 20h
Entrada franca

Fonte: IG