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Cara a cara

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Rei da metáfora divertida, o ornamentalista italiano Piero Fornasetti e seus mil rostos que conquistaram o mundo estão cada vez mais em alta no décor brasileiro


por João Pedrosa

 

Mestre do ornamento, o milanês PieroFornasetti (1913-1988) aprendeu a pintar observando o corpo humano. Designer sem formação, criou soluções bidimensionais com traço gráfico num universo fantástico, erudito, sofisticado, bem-humorado e irônico. Numa única palavra: delicioso.

Fornasetti (pronuncia-se Fornazéti) foi um daqueles artistas cuja vida é indissociável de sua arte. Sua parceria com o arquiteto, designer e editor da revista Domus, Gio Ponti, lhe trouxe fama mundial. Juntos, desenharam móveis míticos do século 20. Seu senso de humor fazia com que estivesse sempre brincando com a realidade. Gostava de matemática, artes técnicas e arquitetura. Foi grande admirador do artista gráfico Bodoni, do desenhista Piranesi e do arquiteto Palladio. Seu ornamentalismo foi influenciado pelo surrealismo, pela metafísica, pela antiguidade clássica, por livros, moedas, jornais, conchas, pela figurada mulher – uma musa em especial, a diva da ópera Linda Cavalieri – e por seu símbolo predileto, o sol.

Entre os temas principais de sua obra, estão o circo, o carnaval, instrumentos musicais, arquitetura clássica e o tromp-l’oeil. Um trabalho que atravessa décadas e encanta gerações como algo único, sempre na moda e bem além dela. E continua a intrigar pela imaginação, senso de humor e elegância. Por aqui, as lojas que representam o artista nunca venderam tanto. “A procura pelo Fornasetti está aumentando. As pessoas estão conhecendo mais o trabalho dele e estão vindo atrás. Não tem como não gostar, são peças que se adaptam aqualquer ambiente, dos clássicos aos contemporâneos. É um trabalho que entra na categoriade obra de arte”, diz a portuguesa Mônica Penaguião, dona da loja Poeira. “Depois do enorme sucesso nas décadas de 50 e 60, as peças do Fornasetti voltaram com tudo nessa toada mundial de resgate ao estilo vintage e retrô do meio do século passado. Represento a marca desde 2011 e de lá para cá vi dobrar a procura pelos trabalhos dele. Esse humor clássico encanta as pessoas”, diz Arbel Reshef, da Marché Art de Vie.

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