À flor da pele

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À flor da pele

Em casa e nas ruas, luxo mesmo é se inspirar na faunae apostar em pele sintética – sem matança e sem culpa

por André Rodrigues

Das origens cavernosas da humanidade, passando pelo homem primata com mandíbulade chimpanzé, até os closets refrigerados das madames de fina estampa, a pele animal, seja no couro ou no pelo, sempre esteve na moda. O tema é complexo e cada um defende oseu ponto de vista como pode. O meu? Sou absolutamente contra a matança de bebês focas, minks, raposas, chinchilas,coelhinhos, etc. Mas também sou contra a apoteose do carnaval, com suas fantasias de quilos e mais quilos de penas exóticas que custam o voo de alguns muitos pássaros. E quanto aos milhares de bovinos que são convertidos em filé alto e suculento? Polêmicas à mesa, no vaivém das temporadas de moda, sempre que o inverno bate à nossa porta, as peles saem do armário. Especialmente no Hemisfério Norte, onde o clima, de fato, pede esse aditivo. Por aqui, é difícil encontrar estilista que se arrisque a desbravar um território meio desconhecido por nossas mulheres tropicalientes. Fácil entender: ninguém pode se dar ao luxo de ter uma peça empacada nas araras. Já lá fora é um festival: Prada, Miu Miu, Marc Jacobs,Michael Kors, Fendi, Chanel, Dolce & Gabanna,Armani. KAZA prefere marcas de luxo que não investem no instinto animal para aquecer suas clientes friorentas, como Stella McCartney, filha do ex-Beatle e uma das estilistas mais influentes da atualidade: vegetariana e amiga dos animais, até os fios de suas roupas têm origem controlada e rastreável. Na coleção deinverno da Osklen, peças em jacquard de algodão desenvolvido em tear artesanal e shapes em peles de ovelha dão o tom. Em casa, aposte nas pelúcias em almofadas e estofados sempre são um convite extra ao relax. Se jogue – mas sem matança.