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Partitura Construtivista

  • Partitura Construtivista

  • por Patrícia Favalle fotos Alain Brugier


    Galerista paulistana mostra com exclusividade o seu acervo particular,pontuado por mobília bossa-nova e expoentes das artes plásticas e do design genuinamente brasucas

  • Partitura Construtivista Apaixonada pelos Jardins, bairro da zona oeste da capital paulista assinalado pelas residências de perfis horizontais e pelo traçado arborizado das ruas, esta galerista low profile elegeu a região como morada perfeita há pelo menos 15 anos. “O lugar é especial e charmoso. Por ali é possível caminhar a pé, visitar livrarias, restaurantes, cinemas e curtir as lojas”, diz. 

    Partitura Construtivista

    Depois de duas repaginadas, o apartamento manteve a farta iluminação natural e recebeu linhas mais ousadas na integração dos ambientes, aumentando, assim, a sensação de conforto visual.

    Para preencher os espaços, a dona do pedaço começou com a escolha do sofisticado piso de mosaico português – aquele usado nas vias públicas de São Paulo antes do calçamento padrão e também nos interiores do Conjunto Nacional, na Avenida Paulista –, seguido pelo mobiliário assinado por obeliscos da marcenaria brasilis como Sergio Rodrigues, Joaquim Tenreiro, Giuseppe Scapinelli e Zanine Caldas. “Gosto da decoração atemporal.

  • Partitura Construtivista

     Por isso, a última reforma foi idealizada para eliminar o compromisso com as cores, os materiais ou os projetos que denunciassem as datas, apesar de a informação maior ser focada nas décadas de 1950 e de 1960, que valorizavam a madeira, principalmente o jacarandá.” Embora a monocromia prevaleça por quase toda a planta, as pinceladas vibrantes se sobressaem nas telas que recheiam as instalações, garantindo ares contemporaneous ao endereço.

    Partitura Construtivista

     “Algumas obras também pertencem ao período construtivista, que foi um grande movimento da arte nacional, e se tornaram objetos especiais que fazem parte da herança familiar ou foram garimpados em coleções particulares e leilões.” Entre os highlights, Hércules Barsotti, Pitágoras Lopes Gonçalves, Judith Lauand e Leon Ferrari. Independente e, ao mesmo tempo, vinculado com as métricas imaginaries da galeria de nome homônimo, o apartamento habita como um organismo que se junta ao olhar curioso de sua inquilina para completar um espelho permanentemente criativo de faces contínuas. De um ponto a outro do living, o piano de cauda dita o ritmo da sinfonia afinada que toca por aquelas bandas – e é dedilhando suas teclas em muitos si bemóis que a galerista se diverte e aproveita para curtir o pôr do sol de cadeira cativa.

    Partitura Construtivista

    Entre o dó-ré-mi cotidiano, também merece nota a funcionalidade dos armários estampada nos corredores que conectam as áreas sociais às privativas, assim como na cozinha gourmet arrematada por uma pequenina copa. No eixo principal – e exclusivo – do domicílio, a mesma paleta neutra vista nas salas de estar e de jantar se mantém absoluta. “Com o estilo sóbrio e as tonalidades projetadas apenas nos detalhes, a decoração se destaca tornando a atmosfera leve, o que é prazeroso na permanência em um local, por exemplo, como a biblioteca, onde se pode tomar um café e ter um bom livro às mãos, perfeitamente acomodado na poltrona Mole, de Sergio Rodrigues.” Eis um desses agradinhos que ela se permite vez ou outra.

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