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Curvas voluptuosas

  • Curvas voluptuosas

  • Por Cynthia Garcia

     

    Mostra na Trienalle de Milão explora a sensualidade do desenho contemporâneo em suas formas mais insinuantes

    Kaza 

    Quebrar barreiras, apresentar o novo, reinventar aplicações, pesquisar o conteúdo antropológico, propor o puro prazer estético do objeto, excitar. São esses os pilares de KAMA: Sex and Design, no Triennale Design Museum, de 5 de dezembro até 10 de março de 2013, em Milão, mostra que pesquisa as diversas facetas do código erótico na história do design. Com 200 peças, a expo tem curadoria de Silvana Annicchiarico. “A ideia é observar o relacionamento de Eros com o design, provocando vários fantasmas do preconceito. O título se refere ao deus hindu do prazer sexual, do amor e do desejo”, explica a arquiteta que está à frente da Triennale desde 2007. E arremata: “A intensão é investigar como a sexualidade é incorporada aos objetos ao mesmo tempo em que revela como designers desde a antiguidade utilizam o sexo como inspiração”.

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    O enclave de arte e cidadania na Mata Atlântica mineira festeja dez anos de sucesso. “Em 2012, emplacamos 400 mil visitantes, cem mil a mais que em 2011. Vamos criar 1.600 leitos nos próximos anos. Não é só hotel de luxo que vamos ter. Teremos hotéis para as classes B e C, e albergue para estudantes. Tudo com bom gosto”, prevê o cabeça do complexo encravado em um terreno de dois mil hectares. “Vou transformar Inhotim em uma empresa nos moldes da Disney, dedicada à arte, educação e cidadania”, revela sobre a instituição sem fins lucrativos que hoje recebe não só a elite mundial, como também escolas de vários pontos do País e, refletindo nosso avanço social, visitantes de todas as classes. “Inhotim é democrático”, arremata o carismático Paz.

     

    O recorte começa na própria cultura italiana. Há mais de dois mil, os artesãos romanos utilizavam o falo como fonte de inspiração, mimetizando-o em objetos do cotidiano como amuletos, adornos, maçanetas, etc. “As formas do corpo sempre serviram de matrizes para os objetos”, revela a curadora.

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    Com o avanço do cristianismo, o preconceito se instala categorizando qualquer forma inspirada no sexo como diabólica. Mas isso não estanca a produção hard core. Ela sempre existiu por debaixo do pano do falso moralismo e, no iluminista século 18, ganha denominação à francesa: “pruderie”. Em 1790, na Alemanha, a fábrica Weimar de porcelanas abre as portas. De lá saíram as mais finas porcelanas de mesa e alcova da realeza europeia.

     

    É o surrealismo, nos anos 1920, que subverteu a arte com sua peculiar imaginação em calculados deboches estéticos. Uma das peças do movimento é The Mae West Lips Sofa (1937) de Salvador Dali (1904-1989). Fascinado pela diva dos primórdios do cinema falado, o colecionador inglês Edward James encomendou ao catalão o sofá de cetim vermelho que até hoje inspira o design, como o móvel Bocca (1971), da manufatura italiana Gufram. A provocante mostra vai além e traz também instalações. Entre elas, a da designer francesa Matali Crasset, um templo de literatura erótica de vários períodos, para ler ajoelhado. Mas não para aí. Como historicamente a arte interpreta e retrata o desejo, uma das mais controversas obras contemporâneas está exposta. É o painel de 9 metros do artista inglês Jamie McCartney: The Great Wall of Vagina (2012). São moldes de gesso, lado a lado, da genitália feminina de 400 mulheres de idades e raças diferentes. Forte? Depende dos olhos de quem vê.

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