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Paredes vivas

 

Por falta de, metrópoles mundiais apostam na construção de jardins verticais nas fachadas e laterais de edifícios

POR FLORA MONTEIRO / FOTOS ALEXANDRE PIRANI

Paredes vivas

Em 2009, a conceituada revista americana Time publicou uma lista com as 50 melhores invenções do ano. Na 31ª posição, estava o jardim vertical do francês Patrick Blanc – o botânico, autor do livro The Vertical Garden: From Nature to the City, é considerado por muitos o mentor da técnica e coleciona projetos de museus, edifícios públicos, hotéis e prédios por todos os continentes do globo – e abrindo os olhos do mundo para a possibilidade de cobrir paredes e fachadas com plantas por um sistema sem a utilização de terra. Diante do fenômeno global de verticalização das cidades e da batalha, por parte de quase todas elas, por mais verde e menos cinza, a ideia ganhou fôlego. Arquitetos e paisagistas, frustrados com a falta de áreas para a vegetação, começaram a ver com outros olhos os grandes paredões livres que estruturam o esqueleto habitacional e comercial das metrópoles e enxergaram neles algo novo: mais espaço.

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Assim aconteceu com João David, 30 anos, Guil Blanche, 23, e Uli Vens, 53, os nomes por trás do Movimento 90° Graus, que, há dois anos, difunde a prática em São Paulo. “Com a Lei Cidade Limpa, muitas laterais de prédios ficaram vazias e isso nos chamou a atenção. Percebemos que podíamos dar vida a elas”, conta João. Com a expertise de mais de quinze anos de trabalho na Alemanha e diversas viagens e estudos, Uli assumiu o papel de coordenador dos jovens arquitetos e paisagistas. Este ano, o time fez a fachada do prédio residencial projetado pelo escritório Tacoa, na Vila Madalena, a pedido da incorporadora Aphins, novata no mercado imobiliário paulistano, e está para iniciar outro megaprojeto, em fase final de negociação: a montagem de jardins verticais em doze prédios do Elevado Presidente Costa e Silva, o famoso Minhocão. “O local vai deixar de ser um centro poluidor para se tornar um pulmão da metrópole”, explica Uli.

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Os enormes painéis verdes, além de deixarem a cidade mais bonita, filtram o ar, reduzem a temperatura do ambiente, diminuem em 60% a quantidade de partículas poluidoras, aumentam a umidade do ar, funcionam como isolantes acústicos e contribuem para a melhoria da biodiversidade. Perante tantos benefícios, outro grande empreendimento está adotando os jardins por aqui: a sede paulistana da Odebrecht, no Butantã. O edifício ainda está em fase de construção, mas de suas paredes já se veem em destaque plantas e mais plantas. Seguindo o exemplo de cidades estrangeiras, São Paulo também está levantando a bandeira a favor das paredes vivas.

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