arquitetura
Em bairro nobre de São Paulo, em lote de 750 m2, ocupado
quase que totalmente pela residência, o projeto já de início
desafi ou seu autor e proprietário, o arquiteto Carlos Bratke,
empenhado em desenvolver o que ele chama de “uma casa
dentro da outra”, a partir da estrutura atirantada do telhado.
Como uma tenda, ele alcança um vão enorme, de 16 X 16
metros: “É um telhado formado por um sanduíche de duas
chapas metálicas pré-pintadas, com recheio de isopor. Na
obra, essas chapas foram pressionadas, levantadas, rebitadas
e soltas”, explica Bratke em linhas gerais, ressaltando
que a estrutura permitiu a defi nição de beirais generosos,
garantia, segundo ele, de condições térmicas ideais na casa
toda. Localizado em diagonal em relação à rua, o telhado ainda
favoreceu as condições acústicas da construção. “Apesar
de se localizar numa avenida movimentada, a casa é bastante
silenciosa. E a distribuição também favorece a privacidade.
Embaixo, os dormitórios (quatro suítes), todos voltados para
o jardim, uma sala e as dependências de serviço; e no nível
da rua o segundo piso, com o estar servido ainda pelo mezanino,
onde tenho meu escritório”, revela o arquiteto.
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Estrutura metálica, concreto e muito vidro personalizam o estar generoso, com vista para os fundos
do terreno, onde o paisagismo se define por árvores frutíferas plantadas ali para atrair passarinhos.
Completando a essencialidade da proposta, pouquíssimos móveis. Entre eles, sofá Cini Boeri e cadeiras
Wassily (de 1925, design Marcel Breuer), da Forma, de onde também é a poltrona amarela
de Philippe Starck. Outro exemplar de design excepcional é a cadeira de Alvar Aalto.
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