descompressão
xô estresse
Embora ainda tímida, a criação de locais de descompressão nas empresas
brasileiras proporciona bons resultados dentro do ambiente corporativo
Imagine um espaço agradável, exclusivamente dedicado
aos funcionários da empresa, com poltronas
confortáveis, bebidas, petiscos e até jogos. Pois este
tipo de ambiente já existe em várias companhias
brasileiras, seguindo uma cultura já consolidada nos
Estados Unidos e Europa. Com os altos preços dos
imóveis destinados a escritórios e o desenvolvimento
de equipamentos tecnológicos cada vez menores, as
áreas individuais de trabalho diminuíram consideravelmente,
sendo compostas, basicamente, por baias
e bancadas coletivas. Atualmente a área de trabalho
por pessoa é de 5 m², em média, enquanto há aproximadamente
dez anos essa proporção variava entre 10
e 15 m². Os ambientes de descompressão vêm para
compensar essa perda de espaço físico e de privacidade,
uma saída inteligente para que os funcionários
continuem satisfeitos e produzindo bem, após pequenas
pausas na rotina.
A lei brasileira prevê ao trabalhador intervalos intrajornada
que variam de acordo com o tempo de atividade.
Em regra geral, o descanso obrigatório é de
quinze minutos para jornadas de trabalho entre quatro
e seis horas, e de 60 a 120 minutos para os expedientes
que excedem seis horas contínuas. Atividades
que podem expor os funcionários a agentes nocivos à
saúde possuem tempos delimitados de exposição. Já
em funções repetitivas, pequenas pausas são dispostas
em intervalos de tempos menores e regulares para
prevenir sobrecarga psíquica e muscular. No exercício
do telemarketing, por exemplo, a lei exige uma ou
duas pausas contínuas de 10 minutos fora do horário
do almoço e fora do posto de trabalho, além de
um intervalo imediatamente após atendimentos em
que tenha ocorrido abuso verbal e ameaças. Ainda
regulamenta-se que a empresa de teleatendimento
deve manter ambientes confortáveis para descanso e
recuperação durante as pausas previstas.
Entendendo essa necessidade do ser humano, de períodos
para se recompor e reorganizar a mente e o
corpo, algumas empresas destinam aos funcionários
um campo neutro, onde não haja informações concernentes
a trabalho, mas a descanso. A ideia da sala de
descompressão excede a obrigatoriedade de pausas
previstas por lei e prioriza o lado humano da companhia,
proporcionando bem-estar e satisfação a seus
colaboradores. Esse é o caso da Predicta, empresa
que lida com soluções e serviços para internet, que
reservou a seus funcionários uma sala descontraída,
equipada com sofás, mesas, televisão, vídeo-game,
DVD, instrumentos musicais, comidinhas, revistas, jornais,
máquina de refrigerantes (que também dispõe
sucos, chá gelado e cerveja) e geladeira com frutas.
“Tratamos as pessoas como pessoas de fato, não
como robôs, e esse espaço mostra isso. Sem dúvida,
pessoas já deitaram naquela sala quando estavam em
um pico de estresse. Nós gostamos de enfatizar que
os gestores e a empresa como um todo reconheçam
essa característica das pessoas, que deem atenção
para saber se ela está bem ou mal”, declara o diretorgeral
da Predicta, Marcelo Marzola.
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Texto: Amanda Lissoni
Fotos: Alain Brugier
foto: Levi Mendes
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