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Canadenses no Brasil

David Gibbons

No começo deste mês, São Paulo recebeu as cabeças pensantes da Associação de Designers de Interiores do Canadá. Em meio às paradas turísticas, encontro no consulado e reuniões de negócios, o Portal Tecto teve a oportunidade de bater um papo com o grupo para saber exatamente o que eles achavam do design brasileiro e os planos da Associação no Brasil e no mundo. A conversa aconteceu no showroom de São Paulo da Interface, uma das maiores e mais importantes marcas de carpetes modulares do mundo.

A Associação de Designers de Interiores do Canadá, atualmente, representa mais de 3500 profissionais, garantindo que os designers tenham todo o apoio necessário para suas empreitadas. Ao mesmo tempo, mantém o alto nível de qualidade dos projetos canadenses cobrando estudo continuado e promovendo treinamento para os filiados.

Conversamos com a CEO Susan Wiggins, com o presidente da associação, David Gibbons (o manda chuva da LWG Architetural Interiors), Debora Abreu (diretora de marketing do grupo) e Trevor Kruse, diretor de relações internacionais e proprietário majoritário da Hudson Kruse, uma das empresas que mais cresce no Canadá. Eles, e mais doze designers canadenses, estiveram no Brasil e no Chile em uma viagem de negócios, patrocinada pelo governo do país norte-americano, para aprender sobre os países visitados e conhecer o mercado local de forma que estudem onde e como podem colocar a sua expertise em design no Brasil.

“Todos aqui estão interessados em oportunidades de negócios no país. Em trazer o conhecimento e talento do design de interiores canadense ao Brasil, fazendo parcerias com empresas que queiram trabalhar conosco. O que aprendemos aqui é que existem muitas oportunidades, tanto em São Paulo e em Santiago, pois ambos os mercados, definitivamente, estão em expansão. Apenas precisamos definir qual é o melhor modelo de negócios para fazer isso acontecer”, comenta Susan Wiggins.

Primeiras impressões

O grupo que esteve no Brasil, primeiramente, se encantou com a temperatura, mas logo foram cativados pelo projeto do Hotel Unique, no Jd. Paulistano em São Paulo. “O interior do hotel é muito sofisticado, muito bem feito. Tivemos a oportunidade de ver fotos de quando o hotel foi lançado e depois de quando o renovaram, e como mantiveram o conceito original. Os quartos são lindos e o corredor é chocante, são ótimos para fotos. É fascinante”, resume Trevor Kruse. Outro ponto alto, segundo Susan Wiggins, foi a sofisticação das lojas no bairro dos Jardins, da maneira como foram desenhadas.

“Ficamos surpresos com o tamanho da cidade. Nenhum de nós tinha a percepção do tamanho da cidade”, finaliza Trevor.

 

Trevor Kruse

 

As dificuldades de entrar no Brasil

Apesar do otimismo da Associação, reiterada após cada conversa, eles creditam a maior dificuldade de entrar no mercado brasileiro é a burocracia local.

“Todos estão animados com as oportunidades. Estamos tentando entender de como fazer tudo funcionar, como entrar no mercado. É o nosso desafio. Vemos o potencial e vemos onde podemos atuar. Conversamos com o governo, e com pessoas do mercado, e descobrimos que é um investimento de pelo menos dois ou três anos para alguém começar um negócio no Brasil – então é um investimento que exige tempo. Ouvimos que as coisas aqui são feitas de uma certa maneira, mas há uma tendência para que tudo funcione de maneira mais pragmática por aqui. Com essa mudança de paradigmas, vocês poderão ver mais players do mercado internacional no país, agora, porém, isso irá demorar pelo menos dois ou três anos”, explica Susan.

De acordo com a CEO, apesar das oportunidades criadas pela Copa do Mundo, todas as oportunidades já se fecharam. Não há mais tempo hábil para um novo investimento internacional para aproveitar o ensejo futebolístico.

Susan Wiggins

Os grandes nomes canadenses

Dentre os associados, os nomes de empresas como Yabu Pushelberg, Figure 3, Kasian, Watt, Burdifilek, Eventscape, Joel Berman Glass, Teknion foram apresentados como os must-see canadenses.