entrevista joice joppert leal
a engenharia dos produtos, inovações e soluções criativas que nossos
designers têm, além da questão lúdica e do uso de materiais.
Sua participação em encontros e mostras internacionais
provavelmente lhe deu uma visão global sobre o design
contemporâneo. Você poderia nos dizer quais são as
principais linhas que norteiam o design atual?
Além da simplicidade das formas, creio que há uma nova geração
de designers, sobretudo jovens que é cada vez mais crescente.
São estudantes de design que nos surpreendem e que acabam
sendo premiados por importantes prêmios internacionais. Há um
olhar muito forte para o novo.
O que é peculiar e diferenciado no design europeu, asiático
e americano?
Os asiáticos estão envolvidos com a tecnologia de ponta, com
produtos eletrônicos, computadores, celulares. Os japoneses, por
exemplo, são muito focados na cultura material. Fazem um redesign
de produtos que fazem parte do seu cotidiano e aperfeiçoam, com
o uso de novas tecnologias, de novos materiais. O mundo para eles
é cheio de possibilidades e a palavra-chave para o design deles
é inovação. Nos Estados Unidos o design já está incorporado na
sociedade há muito tempo. Os americanos quando resolvem montar
uma fábrica se concentram no produto e no design, ao contrário do
Brasil. Aqui os empreendedores quando vão montar uma indústria
chamam um advogado, um contador, se preocupam com a parte
financeira da empresa. Os americanos vêem o produto em primeiro
lugar. A Apple é uma empresa emblemática nesse sentido. O produto
é a vedete, então chamam designers, engenheiros, técnicos em
eletrônica, engenheiros de materiais. E como estratégia de negócio
investem em pesquisa para entender como as pessoas vivem hoje,
estudam o comportamento de diferentes grupos sociais.
E na Europa?
A Itália há muito tempo está associada ao design, mas é um case
antigo. Precisamos olhar para quem está despontando, como por
exemplo, a Espanha. Com a unificação da Europa foi preciso um
grande esforço para que países como a Espanha, Portugal, Turquia
e outros menos abastados pudessem estar no mesmo patamar dos
países do primeiro mundo. A Espanha sempre foi um grande país
em serviços, hotéis e restaurantes. A indústria espanhola é muito
recente, mas nesse últimos vinte anos eles avançaram muito nesse
setor. São experiências que podem ser transportadas para o Brasil.
Há um sopro de renovação na Espanha e podemos aprender muito
com a experiência deles.
No circuito internacional de design há algum material que é
predominante na atualidade?
A madeira está passando por um ressurgimento. Tanto em Milão
como em Nova York os designers estão fazendo muita coisa com
a madeira.
Há algum teórico ou curador internacional que desenvolva
uma pesquisa importante sobre o design contemporâneo?
Há o americano Tucker Viemeister que é considerado um grande
guru do design. Ele fez um manifesto do futuro na era pós-economia.
Ele estudou na Pratt School e viaja o mundo inteiro. O design está
em seu DNA. Ele é filho de Preston Tucker, designer visionário que
criou o famoso carro Tucker depois da segunda guerra mundial. K
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Luminárias de mesa criadas pelo designer Michael Lax em 1967, projeto experimental
do coletivo de designers japonês Espai Pupu e coleção de poltronas Playstation assinada
por Jerszy Seymour: a diversidade de formas, conceitos e materiais é que faz
do design um elemento identificador de culturas e períodos diferentes
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