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entrevista pedro herz por luiz claudio rodrigues
O livreiro paulistano Pedro Herz e os interiores de sua livraria planejados pelo arquiteto Fernando Brandão
livros e letras
Na sua infância você imaginava que seria um livreiro bem sucedido
num país de poucos leitores?
De maneira alguma. Meus pais foram imigrantes judeus que fugiram
da Alemanha na época do nazismo. Logo no pós-guerra
minha mãe decidiu fazer uma biblioteca circulante. Isso foi em
1947. Ela foi uma das pioneiras em alugar livros em São Paulo.
Quando era mais novo me passou pela cabeça ser médico e cheguei
a freqüentar plantões em hospitais junto com amigos que se
tornaram médicos.
Mas como você se envolveu profissionalmente com o mercado
de livros?
O mercado editorial e o mundo da comunicação sempre foram
atrativos para mim. Trabalhei nas editoras Abril e Melhoramentos.
Toda essa área editorial de publicações, de modo geral, sempre
foi uma coisa que mexia comigo, me agradava. Por fim, acabei
por assumir a livraria em abril de 1969.
Como é sua relação com os livros? É um colecionador de
edições raras ou um leitor compulsivo?
Não sou um colecionador de livros raros, nem um leitor compulsivo.
Já li muito. Leio todo dia, mas não como antes, pois estou envelhecendo.
Isso faz com que eu dose mais as coisas que faço.
Qual tipo de literatura você aprecia?
Tudo que tem letras, tudo que tem alguma coisa escrita eu pego
e leio. Não há um assunto específico que me interesse mais.
No momento leio contos de várias partes do mundo. São contos
de escritores desconhecidos, mas que revelam a cultura de seus
países, lugares completamente desconhecidos.
À frente da livraria Cultura desde 1969 – uma das mais importantes livrarias de São Paulo – , o livreiro Pedro Herz tornou-se
uma personalidade importante no cenário literário brasileiro nos últimos 39 anos. Entre os inúmeros lançamentos ao longo desse
período, dois tornaram-se memoráveis: as noites de autógrafos de Fernando Gabeira, com seu livro pós-exílio O que é isso companheiro?
e a presença do escritor português José Saramago, após vencer o Nobel de Literatura. Momentos em que a livraria
atraiu leitores (e curiosos) além de sua capacidade. Recentemente, com a inauguração do Teatro Eva Herz (uma homenagem à sua
mãe), sua livraria consolidou-se como um verdadeiro pólo cultural na cidade de São Paulo. Nessa entrevista exclusiva, ele nos fala
(somente um pouco) de sua história, seus hábitos de leitura e a convivência diária em sua pequena torre de Babel feita de livros.
21 mercador de palavras
foto: mila maluhy