entrevista nelson kon
Do acervo de
fotografi as de Nelson
Kon, com centenas
de projetos de
renomados arquitetos
brasileiros, essas
surpreendentes
imagens: vista área
do edifício Copan,
de Oscar Niemeyer;
Casa em Tijucopava,
de Marcos Acayaba;
Rodoviária de Jaú, de
Vilanova Artigas e o
Museu do Pão, em
Ilopolis (RS): projeto
do escritório Bras
pelo André Moretin, Mario Biselli, Ângelo Bucci, Álvaro Tortoni e
uma série de arquitetos de minha geração que fotografo desde o
começo. Eram trabalhos encomendados por revistas estrangeiras.
E até hoje grande parte da receita de meu estúdio fotográfi co é
proveniente desse meu contato com a imprensa internacional.
Em quase trinta anos de atuação no mercado você certamente
viu diversas mudanças na arquitetura brasileira. O que aconteceu
de mais interessante nesse segmento durante esse período?
Essa é uma pergunta para um crítico de arquitetura. Meu trabalho
consiste em ser chamado para registrar um projeto. Não posso falar
com autoridade sobre isso, mas passamos por um momento em
que a arquitetura brasileira tornou-se mais tímida, muito reverente
ao auge do modernismo brasileiro, que foi muito forte com nomes
do porte de um Lúcio Costa, Oscar Niemeyer, Vilanova Artigas,
Affonso Eduardo Reidy, entre outros. Essa geração fez um trabalho
tão marcante, que a nova geração de arquitetos fi cou acanhada,
mas de um tempo para cá surgiram arquitetos mais corajosos que
conseguiram dar um passo além em projetos contemporâneos.
De certa forma esse acanhamento não é uma conseqüência do
mercado brasileiro. Não houve um recuo do poder público e
das incorporadoras de empreendimentos imobiliários em encomendar
projetos de arquitetos renomados?
Isso é uma verdade, mas gostaria de lembrar que o período da arquitetura
moderna brasileira é que de fato foi uma exceção. Nossa elite
sempre considerou mais chique tudo que vem de fora em todas as áreas
de nossa cultura. E na arquitetura não foi diferente. Até o século XVIII
houve um predomínio da arquitetura portuguesa, depois no século XIX
copiávamos a arquitetura francesa até o surgimento da arquitetura moderna
brasileira quando nossa elite fi cou interessada e contratou arquitetos
modernistas. Isso foi uma exceção em nossa história. Hoje em dia
o chique é fazer arquitetura como se fazia na França no século XIX. Isso
é um fenômeno brasileiro e não existe em nenhum outro lugar do mundo.
A questão é que nossos bons arquitetos não são convidados para
desenvolver projetos, nem pelo poder público, nem pelo mercado imobiliário.
Estão fazendo residências, casas de campo e casas de praia.
A arquitetura internacional contemporânea lhe agrada? Há algo
de novo, surpreendente, inovador, diferente?
Diferente tem um monte, mas isso para mim não tem uma conotação
necessariamente positiva. Entre os arquitetos internacionais
que aprecio posso citar o Norman Foster, Jean Nouvel, Renzo Piano,
Álvaro Siza, Tadao Ando, Christian de Portzamparc e Paulo
Mendes da Rocha. Porém, existe um jet-set internacional que deu
uma desvirtuada na idéia de arquitetura. Alguns arquitetos perceberam
que um projeto pode ser puramente visual e pode ser visto
por milhões de pessoas através da mídia. Eu como fotógrafo devia
fi car contente com isso, mas arquitetura para mim não pode ser
substituída pela sua imagem. Ver a fotografi a de um edifício não
é vivenciar esse edifício. Todo projeto é feito para a pessoa morar
ou trabalhar ou passear. É para ser vivenciado. Isso para mim é o
objetivo original de uma boa arquitetura. K
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