entrevista andrea bisker
caçadora
de tendências
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Especializada em ciências do consumo, a publicitária Andrea Bisker
está à frente do portal WGSN (Worth Global Style Network) no
Brasil desde 2004. O site é líder mundial em pesquisas on-line,
análise de tendências e notícias voltadas para as indústrias da
moda, design e estilo. O portal – atualizado diariamente – é uma
verdadeira rede de informações globais em tempo real que antecipa
movimentos para orientar e inspirar profissionais como estilistas,
criadores, compradores, designers, jornalistas, analistas, fabricantes,
varejistas, publicitários e profissionais de marketing, entre outros.
Nessa entrevista exclusiva para KAZA, Andrea nos fala como é feita
a pesquisa e a definição de conceitos para as tendências.
Que tipo de profissional faz parte da equipe de cool hunters
(caçadores de tendências) do WGSN?
Basicamente jornalistas, designers e expertises. São pessoas
multifacetadas, multidisciplinares que trabalham como esponjas
de informações.
De que forma são captadas essas informações?
Há um número crescente de expertises. Há um time de mais de
200 profissionais baseados em Londres. Nossos colaboradores
viajam o mundo para colher informações sobre tendências
locais e globais. Esse time trabalha com fotógrafos, jornalistas e
pesquisadores em numerosas cidades chaves ao redor do mundo,
rastreando o novo produzidos por designers, marcas, lojas,
tendências e inovações de negócios. Todo o material produzido é
editado na sede da WGSN em Londres e, numa etapa seguinte, é
lançado no conteúdo do portal. Foto Felipe Reis
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por luiz claudio rodrigues
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Foto: Banco de Imagens WGSN
Como é feito o calendário internacional para a cobertura
de feiras e eventos que realmente são importantes para a
WGSN?
Os eventos de design, moda e comportamento que são reportados pelo
WGSN são definidos pela demanda e interesse de nossos usuários,
que são aproximadamente 35 mil criadores em todo mundo. Feiras
como a Heimtextil, Milan Furniture e Maison & Objet no segmento
de interiores são importantes e fazem parte do nosso calendário.
O WGSN não faz simplesmente uma cobertura, o que realmente
interessa para nós é buscar produtos realmente inovadores.
Ao fazer uma comparação com os demais bureaus de
tendências internacionais como podemos definir o WGSN?
O WGSN reporta todos os bureaus de tendências do mundo.
Nosso negócio basicamente é fornecer informação, mas uma
informação analítica, que por sua vez, é interpretada e dá corpo aos
macromovimentos, que podemos chamar de tendências.
E a atuação dos bureaus de tendências?
Os bureaus de tendência pesquisam, analisam e dão forma há
um movimento cultural forte. Nós também fazemos isso em nosso
diretório think tank (uma espécie de bunker de ideias), assim
como Future Concept Lab e a brasileira Box1824. Os bureaus
tradicionais estão focados em atitudes de consumo e desenvolvem
trabalhos de consultoria. Por exemplo, o Future Concept Lab pode
ser contratado por uma empresa para solucionar o posicionamento
ou definir o DNA de uma marca.
Como o WGSN elege as principais tendências ou movimentos
de um período?
Os grandes temas, os grandes movimentos culturais são rastreados
por nossa equipe de colaboradores em todo mundo. Para rastrear e
entender o que o consumidor vai querer usar precisamos entender
o comportamento de consumo. Nossos relatórios apresentam
tendências com dois anos de antecedência no hemisfério norte.
A diretora do WGSN no Brasil,
Andrea Bisker, o lounge do portal na
São Paulo Fashion Week projetado
pelo arquiteto Marcelo Rosenbaum e
tecido com estampa asiática